segunda-feira, 31 de julho de 2023

Não se nasce mulher, compra-se?

 

Então, quero tratar dos arquétipos ou modelos que servem de referência. Por uma questão metodológica, trato aqui do “ser mulher” enquanto uma produção industrial de um capitalismo tardio, bem no início dos anos 60, tendo como o seu grande expoente a atriz e modelo Marilyn Monroe.

Quando digo que ser mulher é um ato de compra, não se trata da mulher biológica, mas da mulher social. O que chamamos de feminilidade e toda a sua manifestação social estão ligados ao ato de compra. Para mim, o grande golpe da dominação ideológica foi tornar todo o jogo de marketing como um produto natural. Quando vês uma mulher andar de salto, batom vermelho e lábios carnudos, a silhueta, a pele fina, os cabelos longos… tem todo um aparelho ideológico por trás empurrando essa ideia a partir dos seus apóstolos (celebridades) para que isso surja como o ideal, o padrão, o atingível, desde que seja comprado.

Por outro lado, de qual mulher estás a pensar quando eu falo de mulher? Das camponesas e seus corpos musculados acompanhados de uma cintura fina? Certamente não, se falo de beleza e mulher ou feminilidade surge na tua mente toda a produção de Hollywood e as cantoras famosas que vendem essa imagem. Ao fim do dia, a infraestrutura marxista continua a mesma, a economia. As empresas precisam te fazer sentir mal com tudo que és naturalmente!

De repente, a indústria percebeu o poder de compra da mulher negra, toda uma gama de estética africana começa a ser vendida ao público, o que chamaram estrategicamente de inclusão. Perceberam o podem de compra dos LGBTQ+, toda uma gama de coisas foi inventada para vender a feminilidade ao grupo. Trata-se de nichos de mercado que decorre de uma abordagem ideológica. Negócios apenas

Se alguém perguntar o que garante hoje uma ideia de mulher feminina e desejável, não se trata somente do corpo, mas de um conjunto de acessórios e notoriedade nas redes sociais. Além do corpo bem proporcionado, precisa de um iphone, antigamente, um pau de self, várias fotos de viagem e conhecer lugares inusitados. Precisa de ter um bom número de seguidores, algum macbook, airpods, estar presente nas festas mais badaladas.

Claro, isso é um estereótipo, está enviesado… muitas exceções existem e muita contracultura. Esse modelo é o mais divulgado. E para cada contracultura também encontrará uma estética própria que é explorada por alguma companhia. Ao fim do dia, amor próprio e aceitação do que se é continua sendo um ato revolucionário!

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