Faz tempo que não vejo almas nas pessoas, sempre constatei que tudo de tornou uma mercadoria. Pessoas aprendem sobre relações com tik toks, com blogueirinhas do Instagram e memes. E para quem tem essas ilusões, só outros atores conseguem vender isso. O que Guy Debord diria em Sociedade do Espetáculo – “A ilusão é sagrada, a verdade é profana”
Todavia, é
tudo um espetáculo. De figuras que aparecem de fato e gravata com sotaque lisboeta
e parecem mais iteligentes do que são e socialmente mais relevantes. De jovens abrindo
garrafas de whisky como sinal de macho alfa dominante, isso funciona, e atraem
olhares penetrantes. De casais perfeitos que tomamos por felizes por causa das imagens que propagam... um triste espetáculo.
Vejamos, pensando
em um relacionamento, terá como ideia a publicidade onde algo
excitante ocorre o tempo todo como num filme… e no filme as mulheres são figuras passivas que precisam ser bajuladas o tempo todo. esquecem que isso é
entertrenimento para vender produtos. A imagem do homem provedor que atualmente
precisa vir de Londres, precisa vestir camisolas de jogadores de NBA e estar
fumando shishas o tempo todo. É uma imagem que transmite um conceito que acaba
sendo repetido por todo canto da ilha. Ser simples é “boring”, não ser notado é um sacrilégio.
Com efeito,
só temos atores de imagens já criadas. Como se a ficção e a realidade não pudessem
mais ser separadas. Todos os perfis femininos são iguais, mesmos
ângulos, sublimação das mesmas coisas e os seus amores acabam sendo super semelhantes.
Basta andar pela rua e reparar que todas se vestem da mesma forma e adoram as
mesmas marcas.
Por fim, ninguém
ama ninguém, boa parte não tem alma, tudo se trata das imagens que as pessoas absorvem,
escolhas feitas para elas. E quando julgam gostar de facto de alguém, trata-se
somente de um amor por uma marionete que saindo de controle o mestre de
marionetes sente-se frustrado. Precisamos de mais remédios para esconder que
esse modelo fantasioso não está adoecendo as pessoas… a relação afetiva
trnou-se um jogo de números, uma ficção, uma representação de casais
frustrados. Um conjuntos de ansiosos sociais usando máscaras.