Romantismo como Ideologia: A Falsa Consciência do Proletariado Africano
O romantismo do século XVIII, articulado por pensadores como Goethe, foi uma reação às contradições materiais do capitalismo nascente, que, segundo Karl Marx, aliena o trabalhador do seu labor, transformando relações humanas em mercadorias. Em África, perpetuamos uma falsa consciência romântica, um refúgio ilusório em espiritualidades e narrativas ancestrais, enquanto o imperialismo global nos subjuga com tecnologias disruptivas: inteligência artificial, armamentos avançados, e mercados que extraem mais-valia do nosso suor. Este romantismo é ideologia burguesa, um véu que obscurece a luta de classes, como Marx alertou em O Capital.
A pobreza africana não é destino espiritual, mas produto da exploração capitalista. Como Sindika Dokolo afirmou: “No mundo capitalista, o dinheiro é o argumento supremo.” Hospitais, não orações, salvarão nossas crianças. A acumulação primitiva global drena nossos recursos, deixando-nos na periferia do sistema-mundo. Precisamos romper com a alienação ideológica e abraçar a praxis revolucionária para transformar as condições materiais de produção, como Marx e Engels exigiram no Manifesto Comunista.
A Herança da Esquerda Africana: Cabral, Nkrumah e a Luta de Classes
Recordemos a esquerda marxista que incendiou África com a chama da libertação! Amílcar Cabral, em A Arma da Teoria, ensinou-nos: “Não mintam ao povo, exponham as verdades da opressão!” Sua análise dialética do colonialismo como extensão do capitalismo inspirou guerrilhas que derrotaram impérios. Kwame Nkrumah, em Consciencismo, proclamou a necessidade de um socialismo pan-africano: “A unificação de África sob um governo socialista é a única via para a emancipação!” Estes gigantes forjaram independências, unindo teoria marxista às realidades africanas.
Hoje, essa esquerda foi diluída por distrações burguesas: debates sobre pronomes, representatividade simbólica ou legalização de drogas como “espiritualidade”. Essas questões, embora válidas, desviam-nos da luta central: a apropriação dos meios de produção e a soberania económica. A direita, por sua vez, mascara seus interesses de classe com retórica religiosa e patriotismo vazio, carecendo de estratégias para o desenvolvimento, como Marx previu ao criticar a burguesia em A Ideologia Alemã. Então, é hora de reavivar a luta de classes!
África na Periferia do Capitalismo Global: Um Chamado à Ação
Na perspectiva marxista, África permanece na periferia do sistema capitalista global, como Immanuel Wallerstein descreveu no Sistema-Mundo Moderno. Somos fornecedores de matérias-primas e mão de obra barata, estereotipados como terra de pobreza, corrupção e guerras, enquanto nossa ancestralidade é fetichizada como commodity cultural. Excluídos das mesas de poder, como o G20 de Joanesburgo em novembro de 2025 – enfrentamos uma nova partilha de África. A corrida por terras raras e recursos estratégicos intensifica-se, com potências como China, EUA e Europa disputando nosso solo. Dados do Banco Mundial indicam que a dívida africana excede 1,1 trilhão de dólares, enquanto a instabilidade geopolítica e tarifas protecionistas agravam nossa marginalização.
A Área de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA) promete crescimento de 4,3% do PIB, mas sua implementação é travada pela fragmentação. Moedas como o metical, kwanza ou cedi são irrelevantes globalmente, e a livre circulação no continente é negada aos próprios africanos. Como Marx alertou, o capital fomenta divisões para perpetuar a dominação. O colonialismo, que Lenin descreveu como a fase superior do capitalismo, renasce em formas neocoloniais. Sem ação, seremos novamente um quintal imperialista.
Revolução Pan-Africana: Unidade Socialista ou Subjugação!
Portanto, Marx nos ensina: “A história da humanidade é a história da luta de classes!” Não aceitemos a miséria imposta pelo capital global. Abandonemos o romantismo ou a falsa consciência que nos paralisa! Sigamos Cabral: “Digam a verdade ao povo!” E Nkrumah: “África deve unir-se sob o socialismo!” Em 2025, com o G20 e a União Africana em foco, exijamos:
Integração Económica Revolucionária: Apropriação coletiva dos recursos naturais e meios de produção, rompendo a dependência neocolonial.
Solidariedade Anti-Imperialista: Fortalecer alianças via BRICS e Sul Global, como preconiza o materialismo histórico.
Infraestruturas Socialistas: Investir em saúde, educação e transporte para emancipar o proletariado africano.
Poder Militar Pan-Africano: Uma força coletiva para defender nossa soberania contra intervenções imperialistas.
A União Africana deve ser a vanguarda da revolução, promovendo a solidariedade de classe. O poder económico, político e militar é nossa arma! Como Marx proclamou: “Os proletários nada têm a perder senão suas correntes!”. O outro lado não assistirá passivo os seus recursos fugirem. Eles crirão engodos, pois têm seus interesses em causa. Porém, acredito que na nossa impossibilidade atual de defender-nos devemos buscar acordos que não construam elites que bebam whiskye, mas sim um povo que tenha água potável como Sankara sabiamente percebeu.